Se alguém fosse até aos limites extremos do universo e daí atirasse uma flecha, este projéctil, arremessado com força, voaria longe numa dada direcção, ou julgas que pode encontrar obstáculo que suspenda o seu itinerário? (...) Tanto faz. Quer a flecha encontre um obstáculo e não possa ir cravar-se no seu alvo, quer ela tenha campo livre, o ponto onde foi lançada não pode ser o limite do universo. Com este argumento, perseguir-te-ei sem descanso. Onde quer que tu apontes um limite definitivo, eu perguntar-te-ei o que acontece à flecha.
De rerum natura, Livro I, 969-982