"[...]mas faz-nos esboçar uma realidade supra-sensível compatível com o uso experimental da nossa razão. Sem uma tal precaução, não saberíamos fazer o mínimo uso de semelhante conceito e deliraríamos ao invés de pensarmos.[...]"

02
Jan 09

 Vou tentar, no que a este blog diz respeito, acabar e editar tudo aquilo que prometi e ficou a meio, em rascunho e sem sentido, sobre uma diversidade de coisas (numa diversidade de posts) em 2008, e, a partir de agora, fazer também deste espaço um lugar de experimentação e bloco de notas vivo sobre todas as minhas actuais investigações (e actividades conexas, p. ex. traduções). Para não desmerecer a citação de Kant em cima da gravura de Chillida.

Nota: as listas de 2008 já estão fechadas.

escrito por José Carlos Cardoso às 23:37

29
Dez 08

Muito perspicaz o aggiornamento da única hipótese de escolha formulada por Kierkegaard: casar ou bazar

escrito por José Carlos Cardoso às 22:48

14
Dez 08

A coisa estalou e este fim de semana não havia outra preocupação, quando, para falar com rigor, o problema tem meses e continua a ganhar volume a uma velocidade assinalável. Mas, mais do que a incompetência da DGA, choca-me o sectarismo serôdio que reagiu ao convite a Pedro Costa, que, ainda por cima, integraria um ano que se prevê tudo menos previsível. Se este falhar, dado que parece estar encravado em questões exteriores ao domínio artístico, e justamente para resistir à paródia, ao contrário de algumas boutades, poderíamos tentar prolongar a exigência de uma modernidade ao limite, levada a cabo pela magnífica representação à Bienal de Arquitectura deste ano, e quem melhor do que praticantes das Belas-Artes, que os temos e de qualidade superior. Querem proposta mais radical, face ao actual estado de coisas, do que levar a escultura de um Rui Chafes ou a pintura de um João Queiroz?

escrito por José Carlos Cardoso às 23:52

 Um dos novos desportos para preencher o vazio da cabeça é o de vigiar os hábitos de Barack Obama, como o de fumar. Os parvinhos elegantes, de ideologia tetraplégica, e as tias do século passado ficaram embasbacados com a novidade – Obama fuma; como é que ele vai fazer na Casa Branca, onde não se pode fumar? Naturalmente, vem até à porta das traseiras onde escapará dos moralistas. Interrogado pela imprensa, o presidente americano lá se justificou: “Mas olhem que tento ter uma vida mais saudável...”  Para começar, estar no poder não é nada saudável. Depois, desde que inventaram os políticos com “uma vida saudável” que deixámos de ter bons políticos. Um bom político precisa de um certo suplemento de vício. Olhem para a União Europeia e confirmem: saudáveis, sim, mas uma merda.

 

Smoking again, por Francisco José Viegas, "sem espinhas".

escrito por José Carlos Cardoso às 23:41

03
Dez 08

 O que eu gostava mesmo de ler do Žižek era como, muito ao seu gosto, dialecticamente, se passa desta posição para esta (pré-eleição e pós-eleição).

escrito por José Carlos Cardoso às 23:32

05
Nov 08

 

 

Não sabemos ainda em propriedade o que é a contemporaneidade. Sabemos que não é, simplesmente, o actual-presente, em confronto com o qual Benjamim criou o conceito de Jetztzeit a partir do Angelus novus de Klee, e que implicava uma inflexão política e epistemológica do historicismo dominante. Poucos anos antes Heidegger batia-se contra aquilo que qualificou como o "conceito vulgar de tempo". Interessa, pois, nestes momentos históricos em que se vislumbra o novo no horizonte - se realidade ou ilusão, é uma questão infértil com categorias obsoletas, atente-se aqui a uma imagem específica produzida pelo seu tempo, e à pre-disposição dos corpos contemporâneos a esta (no sentido em que são, simultaneamente, causa e efeito) para a encarnar - compreender as duas faces do tempo desse surgimento, os dois tipos de movimento. Se, por um lado, temos essa faceta mitológica do presente devorador, aterrador, negativo (em sentido ontológico), que análises avisadas como a de Sloterdijk tomam como único e infinito (querendo ultrapassar o "total" de Jünger), temos também toda uma outra gama de linhas desse movimento que descolam do empírico negativado e que constituem a possibilidade mesma de surgimento do novo. Assim sendo, o contemporâneo adquire uma dimensão própria que ambiciona ao plano transcendental, um tempo já não de facto, mas de juris, que traz o novo ao/do presente. Aquilo que está virtualmente em mudança só pode, pois, ser pensável neste plano, sendo que qualquer passo em falso no sentido de uma "confusão" deste em relação ao actual-presente pode conduzir a "cegueiras" do género das que padeceram o próprio Heidegger (em relação ao nazismo) e Sartre (com o estalinismo), para dar só dois exemplos.

 

A imagem acima é da capa do The Economist. 

escrito por José Carlos Cardoso às 23:00

19
Ago 08

 

 

Nem mais, o Luís Carmelo diz quase tudo. Só nessa ambiguidade vale a pena descansar, por vezes, continuar a trabalhar, muitas vezes com coisas que nos advêm desse marasmo indistinto. Neste verão cosseryano a preguiça e o trabalho sobre esta são uma e a mesma coisa, o que também quer dizer que de um trabalho que é, por definição, infinito e inacabável não se podem esperar senão mudanças de velocidade e estágios inconscientes do que aí vem. Agosto ubíquo. 

escrito por José Carlos Cardoso às 22:43

20
Jun 08

 Parece que a próxima edição do Livros em Desassossego se vai debruçar sobre a mui nobre questão de "como valorizar (ainda mais) a marca Pessoa". Na cabecinha daquelas luminárias continua-se a querer vender sabonetes. Ou postais.

 

E que tal pensar na forma do país estar à altura de Pessoa, do que ele viu, e não do tamanho da nossa altura.

 

 

P.S. Gosto especialmente daquele "ainda mais". O sublinhado é meu.

escrito por José Carlos Cardoso às 19:59

 Ontem foi-me diagnosticada demência. A ser verdade corresponderia, aproximadamente, à minha última década. Acho que vou pedir uma segunda opinião.

escrito por José Carlos Cardoso às 19:47

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