"[...]mas faz-nos esboçar uma realidade supra-sensível compatível com o uso experimental da nossa razão. Sem uma tal precaução, não saberíamos fazer o mínimo uso de semelhante conceito e deliraríamos ao invés de pensarmos.[...]"

03
Dez 08

 O que eu gostava mesmo de ler do Žižek era como, muito ao seu gosto, dialecticamente, se passa desta posição para esta (pré-eleição e pós-eleição).

escrito por José Carlos Cardoso às 23:32

16
Jul 08

Relativamente a esta pergunta (lícita, absolutamente) - 

 Nalguns momentos, é lícito perguntar se estes textos mesmo sobre cinema, no mesmo sentido em que também perguntamos isso sobre os célebres livros de Deleuze; com efeito, Zizek usa e abusa dos filmes, fazendo digressões imprevisíveis e colagens de ideias estonteantes.

- dizer, tão somente, que não sendo nenhuma das digressões (a de Deleuze e a de Žižek) livros sobre cinema (no seu sentido mais vulgar), um abismo as separa: Žižek faz um tratado de antropologia de abordagem psicanalítica, enquanto que os dois volumes de Deleuze seriam o penúltimo passo decisivo na construção de uma ontologia que, justamente, deitaria por terra (entre outras coisas bem mais incrustadas no subsolo dogmático do pensamento ocidental) toda a pretensão antropologista.

 

P.S. Referir ainda, en passant, que quando Deleuze dizia que era necessário e benéfico haver leituras e apropriações não-filosóficas da filosofia (inclusive da sua), estava também a dizer o mesmo em relação a criações não-artísticas e não-científicas da filosofia a partir destas. 

escrito por José Carlos Cardoso às 23:48

25
Jun 08

 

 

A recente editora Orfeu Negro, subsidiária da Antígona, edita de forma contida mas certeira. Chega às livrarias na próxima sexta-feira Lacrimae Rerum, súmula de ensaios sobre cinema de Slavoj Žižek. No dia seguinte prevê-se uma festa quando este comparecer à sessão de lançamento da tradução portuguesa do seu livro na Cinemateca Portuguesa, porque se há coisa que Žižek garante, à partida, nas suas aparições, é animação.

Embora nos dividam fossos abissais relativamente às posições fundamentais que sustentam a obra zizekiana (escreverei sobre a seu tempo, começando provavelmente pela interpretação de Deleuze levada a cabo em Organs without Bodies), este livro revela uma fertilidade digna de registo dessas mesmas teses no campo de trabalho que é o cinema.

Que seja aproveitada a oportunidade para confrontar o autor com algumas ambiguidades teóricas existentes na sua obra e críticas pertinentes de que tem sido alvo (como tive a oportunidade de o ver em grande forma em Paris) e não se tombe no show off que ele tão bem sabe fazer, e pelo qual, conjuntamente com a sua maneira um tanto ou quanto leviana e por vezes superficial de tratar problemas nucleares da filosofia ocidental, tem sido menosprezado nalguns círculos, digamos, mais rigorosos. De qualquer maneira afición não lhe vai faltar, estou certo.                                    

escrito por José Carlos Cardoso às 23:10
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