O automóvel e o cinema têm mais ou menos a mesma idade.
Luís Miguel Oliveira sobre Grand Torino.
O automóvel e o cinema têm mais ou menos a mesma idade.
Luís Miguel Oliveira sobre Grand Torino.
Não é anormal, nem mesmo raro, que posts aqui no à côté de la plaque fiquem em aberto, incompletos, sejam, invariavelmente, esboço de esboço (o que aliás é constitutivo do que aqui me ocupa) e possam ser emendados, retrabalhados posteriormente sem aviso prévio, num trânsito sempre frenético entre os pequenos paperoles espalhados pela secretária (A5 e A6), excertos de ensaios ou traduções em curso, post-it's com ideias que surgiram num seminário ou num comboio. O work in progress que está inerente a este tipo de trabalho redefine obrigatoriamente a estrutura do tempo de fruição do blog porque justamente esconde (enquanto pode) aquilo que um virtual (da web) deve a outro virtual (cuja dinâmica com o actual estrutura o real em estados de coisas): "o tempo como intensidade dos corpos".
Muito perspicaz o aggiornamento da única hipótese de escolha formulada por Kierkegaard: casar ou bazar.
>>As Aranhas
>>Ainda não começamos a pensar
>>dias felizes
>>vontade indómita
>>Os Livros Ardem Mal
>>Sound+Vision
>>Letra de Forma
>>Fábrica Sombria
>>O que cai dos dias
>>Melancómico
>>Irmão Lúcia
>>Jean-Clet Martin
>>The Pinocchio Theory
De quando em vez, nos habituais zappings pela bloga, recordo-me de um curto post (salvo erro no Blog de Esquerda) que li naquela que foi uma das minhas primeiras incursões (cinco anos atrás?) por esta roda viva como leitor, e que dizia mais ou menos isto (cito de cor): A blogosfera portuguesa podia-se dividir entre aqueles que preferem Maria Filomena Mónica e aqueles que preferem Maria Filomena Molder. Não me parece que tenha perdido muito sentido.
Ao pé desta capacidade de síntese, aquilo que chamo de pequenos textos (sobre grandes filmes) não apelará senão à sonolência.
Um óptimo exemplo do perigo que mencionei ontem (in fine) no que toca à confusão de planos na produção de inteligibilidade sobre os acontecimentos (ou sobre perspectivas em relação a estes, como é o caso).
Entrou hoje em funcionamento o site PNETliteratura coordenado por Luis Carmelo. Fica ali estacionado à direita.
O faulkneriano 'Auto dos Danados' do Lobo Antunes está para o contexto latifundiário e burguês como o 'Brutti, Sporchi e Cattivi' do Ettore Scolla está para o proletário e suburbano. A tendência para o grotesco, e já o mostrava o Marquês de Sade no século XVIII, não olha a berço, classe social ou faixa económica nem se apanha como uma gripe ou peste bubónica. Vem à nascença nos genes, como a cor da pele ou o tamanho do nariz.
"Do grotesco" in Vontade Indómita
Por causa deste belíssimo texto, o Osvaldo Manuel Silvestre lançou o repto n'Os Livros Ardem Mal. Assino por inteiro.
Um dos meus blogs favoritos está em road-trip, o que, no caso, significa devir aquilo que é. Eu pelo menos sempre o li assim.
Ontem foi-me diagnosticada demência. A ser verdade corresponderia, aproximadamente, à minha última década. Acho que vou pedir uma segunda opinião.
Chamo a atenção para a trupe que se instalou no quarteirão Wordpress ocupando todo o andar que dá pelo nome de Caminhos da Memória. A merecer visitas regulares. Para que não esqueçamos.
Vai também para a coluna da direita o blog oficial do filósofo e investigador francês Didier Eribon.
O seu único romance, já tardio, uma vasta suma intitulada Só e mal acompanhado, foi amplamente premiado mas debatido com rara virulência: houve quem referisse Blanchot e Beckett, houve quem dissesse ser o mesmo de sempre, numa espécie de vasto blogue feito de pequenos e grandes nadas.
A não perder o delicioso exercício de futurologia de Osvaldo Manuel Silvestre Obituário de Pedro Mexia em 2048.
Continuando com o mesmo tempo disponível que tinha quando deixei o design do dasein como uma gaveta aberta na qual não mexi durante cinco meses, a única explicação que encontro é que isto se trate, de facto, de uma forma patológica devidamente identificável.
Para já, continuamos, como se tivesse saído para comprar tabaco.
Com o alto patronato de um encontro inesperado entre Kant e Chillida.