Muito perspicaz o aggiornamento da única hipótese de escolha formulada por Kierkegaard: casar ou bazar.
Muito perspicaz o aggiornamento da única hipótese de escolha formulada por Kierkegaard: casar ou bazar.
Robert Rauschenberg: Em viagem 70-76, MACS, Porto
David Goldblatt: Intersecções Intersectadas, MACS, Porto
Alvess: Uma antológica, MACS, Porto
Waltercio Caldas. Horizontes, CAM/FCG, Lisboa
Le Corbusier: Arte da Arquitectura, Museu Berardo/CCB, Lisboa
Peter Zumthor: Edifícios e Projectos 1986-2007, LXFactory, Lisboa
José Manuel Rodrigues: Antologia Experimental, Palácio da Inquisição, Évora
Souto de Moura e Ângelo de Sousa: Cá Fora: arquitectura desassossegada, Fondaco Marcello/Biennale di Venezia, Veneza
Richard Serra: Promenade, Monumenta'08/Grand Palais, Paris
Lusitânia Playboys, Dead Combo
Third, Portishead
The Words and the Days, Enrico Rava Quintet
Live at the Royal Albert Hall, The Cinematic Orchestra
There's Me And There's You, The Matthew Herbert Big Band
Twelve Tone Tales (2 vols), Alexander von Schlippenbach
Life in Leipzig, Ketil Bjørnstad / Terje Rypdal
Brad Mehldau Trio: Live, Brad Meldhau Trio
Andre Sider Af Sonic Youth, Sonic Youth
1 2 3 (3cd box), Pole
Black Sea, Fennesz
Alexandra, Aleksandr Sokurov
Antes que o Diabo Saiba que Morreste, Sidney Lumet
Aquele Querido Mês de Agosto, Miguel Gomes
Corações, Alain Resnais
Os Amores de Astrea e Celadon, Eric Rohmer
The Darjeeling Limited, Wes Anderson
Este País Não é Para Velhos, Joel e Ethan Coen
Je veux voir, Joana Hadjithomas e Khalil Joreige
Fome, Steve McQueen
Gomorra, Matteo Garrone
Ne Touchez Pas la Hache, Jacques Rivette
Quatro Noites com Ana, Jerzy Skolimowski
O voo do balão vermelho, Hou Hsiao-hsien
O Segredo de um Cuscuz, Abdel Kechiche
El Cant dels Ocells, Albert Serra
Herberto Helder. A Faca Não Corta o Fogo, Assírio & Alvim
Gusmão, Manuel. A Terceira Mão, Caminho
Quintais, Luís. Mais Espesso que a Água, Cotovia
Gil, José. O Imperceptível Devir da Imanência, Relógio d'Água
Augusto-França, José. Lisboa – História Física e Moral, Livros Horizonte
Souto de Moura, Eduardo; de Sousa, Ângelo. Cá Fora: arquitectura desassossegada / Out Here: disquieted architecture, Ministério da Cultura/DGA
Nancy, Jean-Luc. Le poids d'une pensée, L'approche, Galilée (reed.)
Rancière, Jacques. Le spectateur émancipé, La fabrique
Buci-Glucksmann, Christine. Philosophie de l'ornement, Galilée
Didi-Huberman, Georges. La ressemblance par contact, Minuit
Szendy, Peter. Tube, Minuit
Goddard, Jean-Christophe. Violence et Subjectivité, Vrin
Agamben, Giorgio. Signatura rerum. Sul metodo, Bollati Boringhieri
Steiner, George. My unwritten books, New Directions
Sontag, Susan. Reborn: Journals and Notebooks 1947-1963 (ed. David Rieff), Farrar, Straus and Giroux
>>As Aranhas
>>Ainda não começamos a pensar
>>dias felizes
>>vontade indómita
>>Os Livros Ardem Mal
>>Sound+Vision
>>Letra de Forma
>>Fábrica Sombria
>>O que cai dos dias
>>Melancómico
>>Irmão Lúcia
>>Jean-Clet Martin
>>The Pinocchio Theory
De quando em vez, nos habituais zappings pela bloga, recordo-me de um curto post (salvo erro no Blog de Esquerda) que li naquela que foi uma das minhas primeiras incursões (cinco anos atrás?) por esta roda viva como leitor, e que dizia mais ou menos isto (cito de cor): A blogosfera portuguesa podia-se dividir entre aqueles que preferem Maria Filomena Mónica e aqueles que preferem Maria Filomena Molder. Não me parece que tenha perdido muito sentido.
Aperceber-se, na escuridão do presente, desta luz que procura alcançar-nos e que não o pode fazer, eis o que significa ser contemporâneo. Por isso é que os contemporâneos são raros. E por isso é que ser contemporâneo é, antes de mais, uma questão de coragem: porque significa ser capaz não apenas de ter o olhar fixo na escuridão da época, mas também aperceber-se, nessa escuridão, de uma luz que, dirigida na nossa direcção, se distancia infinitamente de nós. Ou ainda: ser pontual ao encontro a que se pode somente faltar.
Um encontro falhado ao qual se é pontual, obstinada e obsessivamente, é, nas palavras de Agamben (aqui numa tradução do sempre atento André Dias) o trabalho do contemporâneo; ao limite, o trabalho da contemporaneidade, dela e por ela. Sirva isto para alumiar as obras artísticas que assumem esta "coragem" (e, por contiguidade, será esta "coragem" toda a questão crítica - no elevado sentido kantiano - da exposição das ditas). Assim sendo, e concordando que será de evitar sempre uma escolha directa e oficial, por parte do Estado, também o será toda a gama de organizadores e curadores que mais não seguem senão as directrizes das feiras internacionais servindo anseios galerísticos (com honrosas excepções que as há). Da "coragem" da obra à exigência crítica de quem a promove vai um passo decisivo. E é para mim sintomático que das pessoas que mais profundamente pensam a Arte no nosso país não se lhes conheçam muitos convites para projectos de curadoria. Portanto, entre uma escolha de "qualidade reconhecida" que venha contribuir para a "paródia" e um feliz acidente de uma escolha directa, acho que não preciso de escolher. Talvez para 2011 possamos ter como curador alguém como Maria Filomena Molder.
Ao pé desta capacidade de síntese, aquilo que chamo de pequenos textos (sobre grandes filmes) não apelará senão à sonolência.
A coisa estalou e este fim de semana não havia outra preocupação, quando, para falar com rigor, o problema tem meses e continua a ganhar volume a uma velocidade assinalável. Mas, mais do que a incompetência da DGA, choca-me o sectarismo serôdio que reagiu ao convite a Pedro Costa, que, ainda por cima, integraria um ano que se prevê tudo menos previsível. Se este falhar, dado que parece estar encravado em questões exteriores ao domínio artístico, e justamente para resistir à paródia, ao contrário de algumas boutades, poderíamos tentar prolongar a exigência de uma modernidade ao limite, levada a cabo pela magnífica representação à Bienal de Arquitectura deste ano, e quem melhor do que praticantes das Belas-Artes, que os temos e de qualidade superior. Querem proposta mais radical, face ao actual estado de coisas, do que levar a escultura de um Rui Chafes ou a pintura de um João Queiroz?
Um dos novos desportos para preencher o vazio da cabeça é o de vigiar os hábitos de Barack Obama, como o de fumar. Os parvinhos elegantes, de ideologia tetraplégica, e as tias do século passado ficaram embasbacados com a novidade – Obama fuma; como é que ele vai fazer na Casa Branca, onde não se pode fumar? Naturalmente, vem até à porta das traseiras onde escapará dos moralistas. Interrogado pela imprensa, o presidente americano lá se justificou: “Mas olhem que tento ter uma vida mais saudável...” Para começar, estar no poder não é nada saudável. Depois, desde que inventaram os políticos com “uma vida saudável” que deixámos de ter bons políticos. Um bom político precisa de um certo suplemento de vício. Olhem para a União Europeia e confirmem: saudáveis, sim, mas uma merda.
Smoking again, por Francisco José Viegas, "sem espinhas".
Vivermos nesta luz é estarmos hoje
em transparência de categoria.
Echevarría, F. Fenomenologia, Ed. Nova Renascença, Porto, 1984
Nestes últimos dias, a ausência justifica-se (passe o paradoxo) pelos problemas sucessivos que tenho tido com o servidor SAPO (mail e blog). Aproveitei, ainda assim, e nos intervalos, para actualizar as colunas das ligações. Destaco os novíssimos e-flux e ípsilon.
O que eu gostava mesmo de ler do Žižek era como, muito ao seu gosto, dialecticamente, se passa desta posição para esta (pré-eleição e pós-eleição).