"[...]mas faz-nos esboçar uma realidade supra-sensível compatível com o uso experimental da nossa razão. Sem uma tal precaução, não saberíamos fazer o mínimo uso de semelhante conceito e deliraríamos ao invés de pensarmos.[...]"

16
Jul 08

escrito por José Carlos Cardoso às 23:49
sinais: ,

Relativamente a esta pergunta (lícita, absolutamente) - 

 Nalguns momentos, é lícito perguntar se estes textos mesmo sobre cinema, no mesmo sentido em que também perguntamos isso sobre os célebres livros de Deleuze; com efeito, Zizek usa e abusa dos filmes, fazendo digressões imprevisíveis e colagens de ideias estonteantes.

- dizer, tão somente, que não sendo nenhuma das digressões (a de Deleuze e a de Žižek) livros sobre cinema (no seu sentido mais vulgar), um abismo as separa: Žižek faz um tratado de antropologia de abordagem psicanalítica, enquanto que os dois volumes de Deleuze seriam o penúltimo passo decisivo na construção de uma ontologia que, justamente, deitaria por terra (entre outras coisas bem mais incrustadas no subsolo dogmático do pensamento ocidental) toda a pretensão antropologista.

 

P.S. Referir ainda, en passant, que quando Deleuze dizia que era necessário e benéfico haver leituras e apropriações não-filosóficas da filosofia (inclusive da sua), estava também a dizer o mesmo em relação a criações não-artísticas e não-científicas da filosofia a partir destas. 

escrito por José Carlos Cardoso às 23:48

 

So in idle moments, I dream of an ideal new sort of institution which could welcome Montaigne, or indeed Nietzsche, Goethe or Kierkegaard – a University of Life that would give students the tools to master their lives through the study of culture rather than using culture just for the sake of passing an exam.

This ideal University of Life (which would be equipped with an elegant logo, cafeteria and headquarters) would draw on traditional areas of knowledge (history, art, literature) but would angle its material towards active concerns (how to choose a career, conduct a relationship, sack someone and get ready to die).
 
Alain de Botton, "Reclaiming the Intellectual Life of Posterity", Standpoint, Julho, 2008
 
P.S. Não sei se Alain de Botton conhece o projecto universitário do filósofo francês Michel Onfray, mas há alguns indícios de possível convergência. Ainda assim, este artigo recordou-me uma conversa num jantar em Lisboa com uma eminente filósofa francesa (que tinha acabado de se jubilar e vindo dar um seminário na Faculdade de Letras para uns happy few), no qual ela afirmava convicta o fim a prazo de cursos clássicos (Filosofia, nomeadamente) e estruturantes da própria ideia de Universidade europeia (alguém se lembra?) e o retorno, como única sobrevivência possível, a escolas privadas de excelência, alheadas das necessidades do mercado, relativamente ao qual são contra-producentes. Fica a nota, para a possibilidade de um debate que urge fazer.

 

escrito por José Carlos Cardoso às 23:47

Julho 2008
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5

6
7
8
9
11
12

13
17
18
19

20
21
23
24
26

27
30
31


subscrever feeds
eu, imagem
seguir os sinais
 
blogs SAPO